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quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Brasil: País de Terceiro Mundo?

“O Brasil não é País de primeiro mundo, não.” Acho que todos os brasileiros já ouviram esta frase ao menos uma vez em suas vidas.
Não, o Brasil não é um País de “primeiro mundo”, de fato. Mas por que será que somos tão pouco desenvolvidos?
Ao analisar a frase, já vemos um motivo evidente: o brasileiro é incapaz de confiar em suas decisões. Nosso povo tem o péssimo hábito de sempre confiar as decisões da vida aos políticos, é essa é a grande causa da miséria de nossa Nação.
Hoje mesmo, voltando de um hospital, resolvemos tomar um táxi, pois haviam sido feitos procedimentos dolorosos. Começamos a conversar com o taxista e, alguns minutos depois, surge a conversa de todos os dias dos brasileiros: política. Gostaria de fazer notar que hoje foi o dia em que o Whatsapp ficou várias horas fora do ar com por causa de uma decisão tomada com base no Marco Civil Regulatório da Internet. Logo o chauffeur começou a falar de Uber e de como a empresa o prejudica, de que o Uber é uma máfia (está bem, como se os taxis não fossem). E é aí que entra o pior mau do Brasil: as pessoas não parecem saber pensar. Não conseguem elevar-se do lodaçal por um segundo sequer. Nós dissemos para o senhor: “Na verdade, se o senhor parar pra pensar, o senhor deveria lutar para que o senhor não tenha que pagar tantas taxas abusivas para o governo, afinal, ele é o seu sócio majoritário e eu aposto que Eduardo Paes, Pezão ou Dilma nunca vieram dirigir seu carro, levar seus passageiros. Por que é que eles têm de ficar com a maior parte do que é seu?”
“Ora, meu filho”, retrucou o português, “se nós não pagarmos impostos, quem vai pagar os hospitais?”
Acontece, caríssimo senhor taxista, que Lula foi eleito com uma promessa de acabar com a “farra dos planos de saúde”. De fato, acabou. Mas a “farra” só era problema para ele e para o PT (junto do Foro de São Paulo), estatólatras que acham que pobre tem de ter direito aos serviços básicos. E, por básicos, quero dizer que são realmente básicos. Carecem de sofisticação. A tal “farra” era o fato de o Brasil, em um sistema mais ou menos liberal como estava, permitia que hospitais administrassem seus próprios planos de saúde, aceitos somente nas redes deles e bem mais em conta. Era o nosso caso. Tínhamos um plano desses. Ao ser eleito, Lula de fato acabou com a tal festa. Nós perdemos nosso plano de saúde, no qual pagávamos meros dez reais por pessoa, e agora temos de ser atendidos na UPA. Foi a primeira “melhora” na qualidade de vida do pobre.
Depois disso, veio o aumento sistemático do salário mínimo. Desde o anúncio, nós avisamos a todos que o resultado só poderia ser inflação. É melhor ter o salário subindo pouco e comprar um quilo de arroz a sessenta e seis centavos que ganhar setecentos reais e pagar três no arroz, não acham? E, claro, tudo isso regado a salgados impostos. Inventou-se um imposto para o tabaco, um para a bebida alcóolica e, agora, temos impostos até sobre refrigerantes. Um maço de Hollywood custava R$ 2,50. Hoje custa quase sete reais. Uma Coca-Cola deveria custar, já com os impostos, cerca de dois reais e vinte centavos. Pagamos três vezes isso. Tudo para sustentar hospitais e outros serviços públicos que não tem qualidade.
Agora, paremos para analisar a situação: suponhamos que as pessoas ganhassem bem menos, digamos, quinhentos reais, mas pagassem só doze por cento de impostos, e ainda preservasse as liberdades econômicas da era FHC: a primeira coisa que poderíamos afirmar, com certeza, é que ainda haveria planos de saúde acessíveis a todos, com ampla cobertura de serviços (embora pouca cobertura de hospitais). Depois, podemos afirmar com certeza que todas as coisas estariam bem mais baratas, proporcionalmente falando. Um big mac ainda custaria R$ 5,00, como na época do Fernando Henrique, por exemplo. Aluguel, carro, tudo isso seria acessível para qualquer um. No fim, podemos dizer que as pessoas seriam mais ricas. Isso com base em um cálculo bastante simples: um brasileiro que ganha salário mínimo receberia R$ 500,00 divididos por US$ 1,50, que dá aproximadamente US$ 333,33, enquanto hoje um brasileiro que ganha salário mínimo recebe US$ 180,00.

Enfim, enquanto o brasileiro quiser ganhar as coisas de graça do Papai Estado, a coisa vai ficar difícil. E é por isso que nós já nos cansamos desse povo boçal. Não adianta explicar para eles a fórmula do sucesso. A covardia do brasileiro médio é tão petrificante que o brasileiro não gosta de quem é corajoso.