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quinta-feira, 20 de junho de 2013

O Triste Fim de Policarpo Quaresma, ou: O Tapir Falante (e votante)


No decorrer dos últimos dias, todo o Brasil acompanhou os protestos que tem ocorrido nas grandes capitais e em algumas cidades satélites. É verdade que algumas pessoas estão mais apreensivas, outras estão mais entusiasmadas, mas uma coisa é certa: alguma coisa mudou.
Diferentemente do que pensam os mais otimistas, no entanto, não foi para a melhor: o que estamos vendo é a juventude indo para as ruas para protestar contra "o que está aí".Vemos os mais jovens indo para as ruas com bandeiras e galhardetes "contra a corrupção", e até com protestos políticos, como "fora Dilma", "Fora PT", "contra o aborto" e "contra o casamento gay". Embora seja louvável o que as pessoas estão tentando defender, não sejamos românticos. Não é um cartaz feito na impressora de sua casa que vai mudar o Brasil. E nem o Movimento Passe Livre. Pelo menos, não para a melhor.
Sabemos que o que importa não é a motivação das manifestações, ainda mais quando a própria organização das manifestações diz que cada um pode protestar contra o que quiser. O que importa é a liderança do movimento, que é quem vai negociar os termos do fim dos protestos.
Não deveria ser necessário que alguém viesse e lhes contasse isso, não é, professores universitários? Que não existe protesto sem organização, que não existem manifestações sem agitadores, enfim, que não existe Cuba sem Guevara.
Aparentemente, nossos intelectuais estão sofrendo de um ufanismo policarpo quarésmico, se me permitem o neologismo. Estão vendo apenas a terra, sem as saúvas. Estão vendo a epiderme dos protestos, sem ver a corja de parasitas que o organizaram. E ainda ficam repetindo bovinamente "vem pra rua", como se o simples fato de estarem eles no protesto fosse fazer o Brasil ficar melhor.
Quem viu alguma atitude política autêntica nestes protestos? Quase ninguém. Isso porque os tapires desta terra tupiniquim estão apenas repetindo os chavões e slogans propagandísticos criados para eles por uma casta gramscista de intelectuais e psicólogos, que sabem os caminhos e cacuetes com que o brasileiro médio pensa.
Vai nos perguntar o que é o #vemprarua? Eu diria que é, sim, por causa de vinte centavos. Depois do que vimos esta semana, não há mais porque duvidar da capacidade tapírica da nossa população.




H.P.Cunha  

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