Esportistas têm
de ganhar bem, mesmo. Eles são o modelo da juventude.
Certamente
seremos alvo de críticas, pois há quem pense que a atividade militar seja
superior à atividade desportiva.
Bem, sim e
não. Militares existem para seguir ordens. Foram os militares que fizeram a
República, em um ato odioso e pérfido. Foram os militares que
"esquerdizaram" o Brasil, abrindo lugar para toda a revolução
gramsciana. Foram os militares que dominaram a União Soviética. Nenhum desses
atos foi heróico.
E mesmo quando
os militares são heróis, a própria virtude do heroísmo não os permite
vangloriarem-se. São, sobretudo, anônimos, como todos os heróis. Um
desportista, por outro lado, vive - ou deveria viver - uma vida espartana. A
ele são dados todos os lauréis da vida militar. O treino atlético, desde os
gregos, é cópia do treino militar, independentemente do esporte. Os títulos
dados a uma seleção são, desta forma e por extensão, feitos de um povo e de seu
poderio militar e bélico.
Ora, não foi
por isso que a Rússia comunista e a América se esforçaram tanto para ter os
melhores atletas? Não era, evidentemente, para demonstrar um melhor futebol ou
uma natação frutífera. Era para demonstrar, pelo lado americano, que o
capitalismo era melhor em todos os sentidos, e que os atletas americanos eram
superiores aos de outras nacionalidades. O lado russo tentava a mesma
tática. O objetivo era intimidar.
Este não é o
caso do futebol.
Primeiro,
perguntemo-nos: o que é importante neste desporto, e por que o Brasil é nele
tão superior às outras nações? A resposta, infelizmente, não agradará a todos.
Comparemos com
outras modalidades desportivas: no handball, se o adversário rouba a bola, é necessário
recuar e reagrupar. Não fazê-lo é falta. Não há espaço para “malandragens”.
No volleyball, é necessário ter perspicácia e boa pontaria, além, é claro, de
um físico muito bem preparado. Em cada esporte, podemos ver um grupo de
habilidades necessárias para a vitória do time. No rugby, a resistência dos
jogadores. Nas lutas, a força e a técnica. No tiro, a pontaria. E no futebol?
Ora, pela
própria natureza do futebol, as habilidades necessárias para ser um bom jogador
são a malandragem, a malícia e o engodo. Em um esporte onde cada time avança
como quer, o time que enganar o adversário maior número de vezes, com dribles,
será o time que mais vezes ficará de frente para a sua meta: o gol. Nesta
realidade, a pessoa que tem maior “ginga”, maior malícia e puder enganar mais
vezes o adversário vai, necessariamente, sobressair-se junto
às outras.
Evidentemente,
também estará em vantagem aquele jogador que “cava” faltas. Um esporte que
preza pela “malandragem” do corpo, também preza pela “malandragem” da mente.
Diríamos mais: uma pessoa não pode ter uma sem a outra.
“Ora”, diriam
os opositores desta tese, “isto até poderia ser verdade para Brasil, Argentina
e Itália, mas os alemães não são assim”. Nada poderia estar mais longe da
verdade. A frase correta seria: “os alemães não são todos assim.” De fato,
não são, assim como não o são todos os brasileiros. Mas os que se sobressaem no
futebol, são.
Ora, o Brasil
é um País onde todos os que podem dificultar alguma coisa para você,
dificultarão, com o intuito único de levar alguma vantagem com isto. No Brasil,
impera a “lei de Gerson”. Em um povo onde tudo é feito no malandreado, até a
dança (o samba é um exemplo claro disso, só para citar gêneros “clássicos”), o
que esperar dos esportes? O brasileiro se mostra vanguardista, sim, apenas no
esporte mais matreiro de todos.
É neste
cenário que vimos despontar Garrincha, Pelé, Gerson e Sócrates. Claro que foram
grandes desportistas dentro de suas modalidades. Mas o que ensinaram para as
próximas gerações? Que era mais fácil crescer jogando futebol que fazendo uma
verdadeira carreira. Podemos até dizer mais. Pelé, na verdade, foi o primeiro
beneficiado da “lei de Gerson”: foi o primeiro desportista a fazer comerciais e
a ter sua imagem atrelada a várias marcas de várias coisas, fazendo, assim, uma
fortuna. Vantagem sobre o futebol.
De lá para cá,
as coisas não melhoraram muito. Além dos salários milionários, os jogadores têm
a sua imagem atrelada a uma série de produtos como desodorantes, roupas íntimas
e itens de tocador. Mais ainda: são escolhidos cada vez mais cedo, para poder
potencializar os lucros das megacorporações. É claro que esta mistura, de
jovens (em sua maioria pobres) com muito dinheiro e muita fama é o composto-base
para a dinamite social.
Assim, sem nem
nos darmos conta do que está a acontecer, isto é, que estão fazendo exemplos
cada vez piores para a nossa juventude, vimos despontar Neymar Jr., persona non grata nesta página, a quem
dirigimos este artigo.
Ora, não temos
nada contra a pessoa de Neymar, nem
mesmo o conhecemos. Mas uma pessoa que vive em orgias, tem um filho fora do
casamento, relaciona-se com outra menina (hoje, sim, mulher), corta o cabelo
com a rebeldia que alguns chamam, modernamente, atitude, enfim, que é um
péssimo exemplo para as nossas crianças, deveria ser execrado do esporte,
independentemente de o quão bem jogue.
Sim, o
brasileiro se sai muito bem no futebol, pois está acostumado ao “set” de
qualidades e defeitos que são desejáveis em um jogador de futebol. No ataque, é
capaz de enganar o adversário muitas vezes consecutivas e preparar um bom
ataque. Quando não consegue, tenta enganar o juiz. O mesmo ocorre na defesa:
abordam violentamente o adversário e tentam fazer parecer que foi um lance
válido.
“Então”,
retrucarão os opositores de nossa tese, “por que ele não é execrado do esporte?”
O esporte, no
Brasil, não serve como uma forma de demonstrar a soberania dos ideais de uma Nação.
O esporte, no Brasil, não é um grito de: “Nossos ideais são superiores aos seus.
Nós somos superiores a vós!” Não. Na Terra de Santa Cruz, o esporte é o “circo”
dado pelos soberanos para manter a mente das populações ocupadas com outros
assuntos que não os importantes. O futebol, em “Terra Brazilis”, é para
engessar a mente e impedir o pensamento e a reflexão. É o entretenimento das
massas, é o único esporte praticado nas escolas públicas. Mas deixemos o tema
das unanimidades brasileiras para outro artigo.
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