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segunda-feira, 7 de julho de 2014

O Drama dos Esportes no Brasil



Esportistas têm de ganhar bem, mesmo. Eles são o modelo da juventude.
Certamente seremos alvo de críticas, pois há quem pense que a atividade militar seja superior à atividade desportiva.
Bem, sim e não. Militares existem para seguir ordens. Foram os militares que fizeram a República, em um ato odioso e pérfido. Foram os militares que "esquerdizaram" o Brasil, abrindo lugar para toda a revolução gramsciana. Foram os militares que dominaram a União Soviética. Nenhum desses atos foi heróico.
E mesmo quando os militares são heróis, a própria virtude do heroísmo não os permite vangloriarem-se. São, sobretudo, anônimos, como todos os heróis. Um desportista, por outro lado, vive - ou deveria viver - uma vida espartana. A ele são dados todos os lauréis da vida militar. O treino atlético, desde os gregos, é cópia do treino militar, independentemente do esporte. Os títulos dados a uma seleção são, desta forma e por extensão, feitos de um povo e de seu poderio militar e bélico.
Ora, não foi por isso que a Rússia comunista e a América se esforçaram tanto para ter os melhores atletas? Não era, evidentemente, para demonstrar um melhor futebol ou uma natação frutífera. Era para demonstrar, pelo lado americano, que o capitalismo era melhor em todos os sentidos, e que os atletas americanos eram superiores aos de outras nacionalidades. O lado russo tentava a mesma tática. O objetivo era intimidar.
Este não é o caso do futebol.
Primeiro, perguntemo-nos: o que é importante neste desporto, e por que o Brasil é nele tão superior às outras nações? A resposta, infelizmente, não agradará a todos.
Comparemos com outras modalidades desportivas: no handball, se o adversário rouba a bola, é necessário recuar e reagrupar. Não fazê-lo é falta. Não há espaço para “malandragens”. No volleyball, é necessário ter perspicácia e boa pontaria, além, é claro, de um físico muito bem preparado. Em cada esporte, podemos ver um grupo de habilidades necessárias para a vitória do time. No rugby, a resistência dos jogadores. Nas lutas, a força e a técnica. No tiro, a pontaria. E no futebol?
Ora, pela própria natureza do futebol, as habilidades necessárias para ser um bom jogador são a malandragem, a malícia e o engodo. Em um esporte onde cada time avança como quer, o time que enganar o adversário maior número de vezes, com dribles, será o time que mais vezes ficará de frente para a sua meta: o gol. Nesta realidade, a pessoa que tem maior “ginga”, maior malícia e puder enganar mais vezes o adversário vai, necessariamente, sobressair-se junto às outras.
Evidentemente, também estará em vantagem aquele jogador que “cava” faltas. Um esporte que preza pela “malandragem” do corpo, também preza pela “malandragem” da mente. Diríamos mais: uma pessoa não pode ter uma sem a outra.
“Ora”, diriam os opositores desta tese, “isto até poderia ser verdade para Brasil, Argentina e Itália, mas os alemães não são assim”. Nada poderia estar mais longe da verdade. A frase correta seria: “os alemães não são todos assim.” De fato, não são, assim como não o são todos os brasileiros. Mas os que se sobressaem no futebol, são.
Ora, o Brasil é um País onde todos os que podem dificultar alguma coisa para você, dificultarão, com o intuito único de levar alguma vantagem com isto. No Brasil, impera a “lei de Gerson”. Em um povo onde tudo é feito no malandreado, até a dança (o samba é um exemplo claro disso, só para citar gêneros “clássicos”), o que esperar dos esportes? O brasileiro se mostra vanguardista, sim, apenas no esporte mais matreiro de todos.
É neste cenário que vimos despontar Garrincha, Pelé, Gerson e Sócrates. Claro que foram grandes desportistas dentro de suas modalidades. Mas o que ensinaram para as próximas gerações? Que era mais fácil crescer jogando futebol que fazendo uma verdadeira carreira. Podemos até dizer mais. Pelé, na verdade, foi o primeiro beneficiado da “lei de Gerson”: foi o primeiro desportista a fazer comerciais e a ter sua imagem atrelada a várias marcas de várias coisas, fazendo, assim, uma fortuna. Vantagem sobre o futebol.
De lá para cá, as coisas não melhoraram muito. Além dos salários milionários, os jogadores têm a sua imagem atrelada a uma série de produtos como desodorantes, roupas íntimas e itens de tocador. Mais ainda: são escolhidos cada vez mais cedo, para poder potencializar os lucros das megacorporações. É claro que esta mistura, de jovens (em sua maioria pobres) com muito dinheiro e muita fama é o composto-base para a dinamite social.
Assim, sem nem nos darmos conta do que está a acontecer, isto é, que estão fazendo exemplos cada vez piores para a nossa juventude, vimos despontar Neymar Jr., persona non grata nesta página, a quem dirigimos este artigo.
Ora, não temos nada contra a pessoa de Neymar, nem mesmo o conhecemos. Mas uma pessoa que vive em orgias, tem um filho fora do casamento, relaciona-se com outra menina (hoje, sim, mulher), corta o cabelo com a rebeldia que alguns chamam, modernamente, atitude, enfim, que é um péssimo exemplo para as nossas crianças, deveria ser execrado do esporte, independentemente de o quão bem jogue.
Sim, o brasileiro se sai muito bem no futebol, pois está acostumado ao “set” de qualidades e defeitos que são desejáveis em um jogador de futebol. No ataque, é capaz de enganar o adversário muitas vezes consecutivas e preparar um bom ataque. Quando não consegue, tenta enganar o juiz. O mesmo ocorre na defesa: abordam violentamente o adversário e tentam fazer parecer que foi um lance válido.
“Então”, retrucarão os opositores de nossa tese, “por que ele não é execrado do esporte?”
O esporte, no Brasil, não serve como uma forma de demonstrar a soberania dos ideais de uma Nação. O esporte, no Brasil, não é um grito de: “Nossos ideais são superiores aos seus. Nós somos superiores a vós!” Não. Na Terra de Santa Cruz, o esporte é o “circo” dado pelos soberanos para manter a mente das populações ocupadas com outros assuntos que não os importantes. O futebol, em “Terra Brazilis”, é para engessar a mente e impedir o pensamento e a reflexão. É o entretenimento das massas, é o único esporte praticado nas escolas públicas. Mas deixemos o tema das unanimidades brasileiras para outro artigo.

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